sábado, 29 de dezembro de 2007

Um pouco de ficção

Eles se gostavam havia meses. Mas ninguém sabia dizer, explicar, mostrar um argumento altamente convincente de porquê ainda não estavam juntos. Simplesmente não ficaram juntos. E se distanciaram cada vez mais e mais... No começo, ela se recusou a esquecer, até que um dia ele foi bem claro que não iria mais ficar com ela. Então, foi abstraindo de pouco em pouco, até enxergar o leque de opções que possuía, e que uma delas valeria à pena um dia. Ele, de algum modo, percebeu que ela finalmente o tinha tirado da cabeça, e por egoísmo, ou por vontade de aumentar seu ego, ou até mesmo porque ainda gostava dela, resolveu reaparecer. Deixava mensagens que ela não conseguia entender. Se era para ela esquecer, porque ele deixava os recados? Resolveu não se importar muito com isso e não esperar nada demais. Seguiu sua vida.

Ambos seguiram caminhos que, certa vez, acabaram por se cruzar novamente. Estavam totalmente distantes, se falavam às vezes, conversa de colegas. Ela ainda sentia seu coração bater mais forte ao lembrar dele, mas pensava consigo mesma que aquilo era passageiro e não significava nada. Ele? Não se sabe. Mas um dia, foram os dois num mesmo show. Não sabiam que se encontrariam por lá. Ela foi acompanhada de um amigo. Ele também.

Every breath you take, every move you make, every bond you break, every step you take.. I'll be watching you.

The Police começou a tocar essa música exatamente quando eles perceberam a presença um do outro naquela multidão. Coincidência?

Every single day, every word you say, every game you play, every night you stay.. I'll be watching you.

Quando a viu acompanhada de outro, ele sentiu algo estranho dentro de si. Teria a perdido de verdade? Percebeu que se não fosse falar com ela naquele momento, perderia para sempre a chance de consertar seu erro. Ela, mesmo tentando negar para si mesma, esperava que ele fizesse exatamente aquilo.

Oh can't you see?? You belong to me! My poor heart aches, with every step you take!

Sting cantou esses versos como se fossem para eles. Então, ele se aproximou e puxou qualquer assunto para quebrar o gelo. Ela sorriu levemente. Sempre sorria quando estava perto dele, era inevitável. Ele se aproximou mais. Não conseguia controlar.

Every move you make, every vow you break, every smile you fake, every claim you stake.. I'll be watching you.

– Eu ainda gosto de você – foi o que ele disse em seu ouvido.

Ela queria ter ouvido isso há muito, muito tempo. Porque só agora?

Since you've gone I've been lost without a trace! I dream at night I can only see your face! I look around but it's you I can't replace! I feel so cold and I long for your embrace. I keep crying baby, baby, please!!!!

– Você não acha que é tarde demais para isso não? – ela retrucou. Mas ainda deixava ele se aproximar cada vez mais.

– Talvez seja tarde – ele falou, olhando no fundo de seus olhos – mas não posso deixar de tentar.

Oh can't you see??? You belong to me!! My poor heart aches, with every step you take!

Ele a beijou, e ela não se opôs. Era tão bom ter aquilo novamente... mesmo que não fosse durar mais que uma noite.

Every move you make, every vow you break, every smile you fake, every claim you stake.. I'll be watching you...

Ela achava que ele a envolvia em seus braços como ninguém soubera fazer antes. Era o melhor beijo que já tinha dado também. Ele podia ser sempre o melhor na vida dela, ela pensou, era só ele querer.

Every move you make... every step you take... I'll be watching you...

Não se sabe o que aconteceu depois, nem nos dias seguintes. Mas naquela noite, eles ficaram juntos mais uma vez.

I'll be watching you...

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Que derrota.

Que porra de dia foi esse? Sabe quando a gente planeja o dia seguinte todinho antes de dormir, naqueles minutinhos preciosos antes de pegar no sono? E, no dia seguinte, logo que acorda começa a dar tudo errado?

cloud diz:
vc se machuco d novo???
shany. ai, deus. diz:
eu caí na rua
cloud diz:
¬¬
caraleo
mare d azar ta foda hein
shany. ai, deus. diz:
é, q porra..

É Caio, tá foda mesmo. Não tem nem um mês que eu quase quebrei o meu queixo (me recuso a repetir a história aqui), e agora estou com o joelho fudido e com medo de ir ao médico e ele dizer "de novo aqui????". Sem contar que eu estou mega enjoada desde ontem à noite, vomitando à beça (não, eu não bebi). Alguém veio me perguntar se estou grávida. Antes que me perguntem de novo, se tem alguma coisa impossível de acontecer na minha vida no momento é eu estar grávida. PELO MENOS ISSO. Para completar, nesse fim de semana eu vou sentir cólica.

Nada de churrasco hoje (!!!!!!!). Preciso de uma cama ao meu lado o resto da noite, para qualquer emergência. Meu pai está um saco hoje também, NINGUÉM AJUDA A MELHORAR A SITUAÇÃO. Preciso rir, preciso MUITO dar umas boas gargalhadas, senão... não sei o que pode acontecer.

Como podem ver, nada de textos melancólicos e sentimentais por enquanto. Eu realmente estou muito nervosa.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Como odeio o mundo uma vez por mês.

TPM me deixa a pessoa mais chata, estúpida, egoísta, nervosa, irritada, fresca, seca, ignorante e sem sentimentos do planeta. Passo a odiar coisas insignificantes, e faço questão de demonstrar meu desagrado diante de todas elas.

Odeio sair de casa, ter que trocar de roupa depois de acordar, ter que usar sutiã. Porra, meu peito está doendo (QUÊ PEITO?)!

Odeio pessoas lerdas no shopping, crianças gritando, filas quilométricas para comprar uma porcaria de sorvete, atendentes lerdas e que ainda querem me dar um BIS (MOLENGO AINDA POR CIMA) de troco na lanchonete do cinema. Ah, odeio também aquela garota idiota que ficou namorando o filme inteiro e chutando a minha cadeira, vai tomar no seu cú ok? Sem contar aqueles idiotas gritando e fazendo bagunça, atrapalhando o lazer das outras pessoas... morram!

Odeio pegar ônibus cheios. Odeio pegar ônibus vazios também, porque sempre tem um babaca para sentar do meu lado, mesmo vendo que há váááárias poltronas vazias. Odeio aqueles também babacas que ficam comendo do meu lado durante o trajeto, quase sempre aquele chips fedorento, ou alguma coisa fedendo a bacon, ou então uma porra de paçoca fedorenta. Odeio os babacas que sentam atrás de mim e ficam conversando de forma que meus tímpanos quase estouram. E aqueles que abrem a janela quando eu acabei de fechar, porque à noite o vento é gelado E FAZ A MINHA GARGANTA INFLAMAR. Será que eles não entendem isso? É, só dá babaca em ônibus mesmo. O que salva é aquele trocador gatinho do 831 de 20:40h.

Odeio quando eu saio sem pedir ao meu pai (só para minha mãe), e quando eu chego ele está estacionando o carro e faz aquela cara. Odeio quando abro a porta do apartamento e minha mãe já vem perguntar "nossa, chegou cedo assim porquê?". Peraí que vou voltar para a rua e voltar às 3h da manhã. Caralho, NÃO ENTENDO ESSE TIPO DE PERGUNTA.

Odeio o fato de amanhã eu ir num churrasco e reencontrar o cara com quem fiquei antes de M. Odeio não ter idéia do que vai acontecer. Minto. Odeio ter idéia do que possivelmente poderia acontecer, mas odeio também o fato de NÃO querer.

O QUE EU QUERO DA VIDA AFINAL?

Odeio, odeio, odeio.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

about a girl.

Ontem assisti a um filme muito bom. Não, não é cult, não é europeu, não tem um enredo de tirar o chapéu, nem é digno de ser indicado ao Oscar. Mas é bom. Clive Owen, muito sexy com aquele sobretudo de couro (ou jaqueta?) preto, passa uma hora e meia atirando para todos os lados, comendo cenoura, pegando uma mulher gostosa (Monica Bellucci), cuidando de um bebê... ops, de repente muitas coisas acontecem ao mesmo tempo para uma hora e meia de filme. É uma ação repleta de sarcasmo, que te faz rir até das dezenas de mortes que ocorrem. Ou centenas?

Sem contar a trilha sonora impecável. Sim, como um bom filme de ação, eu não esperava que tocasse nenhuma música melódica que me fizesse querer chorar. Mas também não esperava que fosse gostar TANTO, mas tanto do que ouvi. Metal, grunge, punk. Shoot'EM Up (Mandando Bala) me fez balançar as perninhas o tempo inteiro, batendo a mão no braço da cadeira. Quando tocou Nirvana (Breed) enquanto Clive mandava bala, eu me controlei para não levantar ali mesmo, e cantar bem alto, balançando a cabeça. Even if you have, even if you need, I don’t mean to stare, we don’t have to breed! We could plant a house, we could build a tree, I don’t even care, we could have all three! She said, she said, SHE SAID, SHE SAID, SHE SAID, SHE SAID, SHE SAID, SHE SAID... GOOD! Foi a cena mais perfeita do filme.

Quem me conheceu esse ano não imagina ainda as músicas que me fazem enlouquecer. Tinha tempos que não ouvia Nirvana. Porquê? me pergunto. Lembrei da garota que há anos atrás tinha um jeito diferente de existir. Mas nos últimos tempos, as pessoas têm me influenciado. Até minhas roupas, minha mãe que escolhe agora. Pode ser que, inconscientemente, eu esteja querendo ser aceita. Mas que saudade eu tenho da Darshany que andava meio largada, sem se preocupar. Que ouvia Kurt se esgoelando em Territorial Pissings e achava aquilo um tesão. Ah, não faz tanto tempo assim. Não faz. Talvez eu nunca tenha mudado como acho que mudei. Só estou com uma carcaça diferente. A outra está ali guardadinha. Pronta para ser usada.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

I'm wrong and I'm sorry, baby.

Sabe, sentada aqui, fiquei pensando enquanto Alanis toca. Ele não está o mesmo. Não sei o porquê. Minto. Talvez eu saiba, e me recuso a aceitar. Me sinto egoísta. Acho que sou egoísta. Ele me disse que isso se chama confusa, mas eu acho melhor ser sincera comigo mesma e assumir meu egoísmo.

Afinal, tudo o que a gente quer um dia é que um cara muito foda chegue para você e diga ei, você é especial e eu gosto de você. Que te aceite com seus milhares de defeitos, que ache graça quando você está estressada, que se preocupe com seus mínimos problemas, que cuide de você quando está bêbada, e que gosta de passar o tempo do seu lado. E quando esse cara aparece, ou melhor, quando você o percebe, o que faz? O que eu fiz? Me acostumei com ele, mas não consegui gostar dele.

Não é fácil gostar de alguém por querer. Isso acontece quando menos se espera. Se eu pudesse olhar aqueles olhos verdes e sentir meu coração disparar como acontece com o veterano, eu o faria. Mas eu não posso. Não consigo. E sou egoísta, pois vejo que ele está indo para longe de mim, e eu não queria que isso acontecesse.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

I feel drunk but I'm sober.

O primeiro porre a gente nunca esquece.
Abril/2006. Eu nunca tinha feito isso antes. Ainda não sei o que me deu na cabeça, mas fiz. Era uma sexta-feira, algumas colegas com quem não andava fazia tempos me chamaram pra ir num barzinho. Eu deveria estar estudando pra prova final de física, Cefetes finalmente estava acabando... Ou deveria já estar adiantando matéria do pré-vestibular, que eu iria recomeçar em duas semanas. Ou então estar dando atenção para meu namorado, que eu quase não veria naquele ano. Mas eu saí para beber.

Lembro que naquela sexta-feira eu tive um péssimo dia. Eu sabia que ia reprovar em física, mesmo estudando para a final. O 3º ano estava acabando com um atraso de cinco meses, e isso acabou atrasando também meus estudos para o vestibular, que eu já ia tentar pela 2ª vez. Eu via todos aqueles amigos já na Ufes, e só conseguia me imaginar o ser mais burro do planeta, prestes a freqüentar o Darwin mais uma vez... Meu pai enchia a paciência, me mandando estudar, falando pra eu tentar Direito. Ah, eu não sabia se era capaz de passar em Jornalismo, quanto mais em Direito. Minha mãe ficava brigando comigo porque eu provavelmente faria supletivo de uma matéria (maldita física). E ainda tinha a pressão de "esse ano você tem que se dedicar aos estudos integralmente." Meu Deus, eu ia morrer. Eu não tinha ânimo. E tinha um namoro de quase dois anos nas mãos.

Então, eu fui pro barzinho. Uma rodada de ICE por favor. Algumas cervejas, por favor. Gente, meu pai vai me matar. Nunca bebi antes. Ah, que isso. Mais uma cerveja, a última!

Chego em casa e levo o maior esporro de toda a minha vida. Mas não presto atenção em nenhuma palavra. Nenhuma. Vomito, tomo um banho, vou para o MSN. Converso totalmente bêbada com meu namorado. Ele fica preocupado. Eu não lembro as coisas que eu disse naquela sexta-feira. Mas o sábado eu nunca esqueci. Seriam dois anos em poucos dias, e eu acabei com aquilo. Eu terminei algo perfeito, por causa de estupidez. Total estupidez.

Porque eu estou contando isso aqui? Às vezes acho que sem querer passo uma imagem de coitada. Não sei, mas não sou nenhuma coitada. E meu passado confirma isso totalmente. Já magoei, fiz besteira, e Deus sabe como me arrependo. Eu tinha o cara da minha vida nas mãos e o deixei ir. Por isso penso que talvez eu mereça o que tem acontecido comigo. Sofrer um pouco, pra saber como é que é.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Isn't it ironic... don't you think?

Acordei e liguei o computador, como de costume. Coloquei Alanis Morissette para tocar enquanto eu me arrumava. Abri o guarda-roupa, peguei a velha camiseta do Metallica que ele gosta e uma calça surrada. Alanis cantava sentimentos diretamente para mim. Meu coração batia rápido, muito rápido. Era a saudade. Essa saudade, que nunca vai embora, nunca some, nunca desaparece, nunca me deixa em paz. Enquanto prendia o cabelo de qualquer forma, pensava em coisas para lhe dizer. O que eu faria primeiro? Choraria, sorriria, o abraçaria? Diria o quanto ele fazia falta, o quanto ele é importante pra mim, o quanto eu o amo? Ou simplesmente olharia em seus olhos e ele já saberia de tudo isso? Percebi que meu cabelo ficou arrumado demais, desmancho o pequeno rabo de cavalo e refaço. Coloquei o allstar preto, seu preferido. Eu estava pronta. Alanis calou-se.

Segui para o aeroporto, ainda tentando imaginar o que fazer quando o visse. Sabe quando tentamos treinar certas situações? Era mais ou menos assim. Mesmo que eu me sentisse tão à vontade em sua companhia, já não o via há quase um ano. Eu não sabia mais como ele estava, seus gostos, sua aparência. As conversas no MSN e a troca de cartas ficaram cada vez menos freqüentes nos últimos meses. A última que mandei tinha sido em agosto, contando de M. Bom, desci no aeroporto, sentei-me e esperei. Esperei e esperei. E ele surgiu. Lindo como sempre, com seus olhos verdes e puxados, e aquele sorriso de "ainda bem que você está aqui". Seu cabelo bagunçado, que baguncei ainda mais depois. E aquele abraço... é incrível como eu me encaixo perfeitamente em seus braços, parece que eles foram feitos só para me abraçar mesmo. É, Londres ainda não havia mudado meu Léo.

Foram três dias. Três diazinhos que pareceram uma semana. Mas ainda assim, tempo insuficiente para dizer tanto e fazer tanto. Pizzas, pipoca, filmes. Conversas, cosquinhas, implicâncias. Mostro meus últimos poemas, ele lê com toda a atenção do mundo. Conto-lhe sobre tudo o que tem acontecido comigo. Ele me abraça quando falo de M e choro. Fica sério quando falo do veterano. Me dá conselhos. Me faz rir. Lembramos de coisas do passado ainda recente. Nos perguntamos porque não deu certo. É, ele ia pra Londres. Nos esquecemos disso por alguns momentos. Digo o quanto fiquei com raiva daquela vez em que cancelei tudo para passar o ano novo numa rave com ele, e ele não quis ir mais. Ele pede desculpas. Pede desculpas por ter jogado fora o que ele mesmo esperou tanto tempo para conseguir. Eu lhe respondo que isso não importa mais agora. Somos pessoas diferentes. Temos vidas diferentes. Em países diferentes. Mas ele continua sendo aquele amigo para todas as horas. O cara que me faria mudar de idéia em relação à casamento e filhos. O cara que me faria querer namorar de novo depois da decepção com M. Eu acho que vou demorar algum tempo para querer tudo isso de novo, até alguém ter força de vontade o suficiente para me fazer mudar de idéia. Mas ele, ah, ele mudaria isso em minutos.

Mas esse cara entrou no avião novamente. E voltou para muito, muito longe de mim. Não sei quando ele volta, nem se volta. Retorno à realidade, aos longos pensamentos do dia-a-dia, às escolhas nem sempre corretas, ao ritmo louco da faculdade. À mesma frase de sempre: "o que eu faço agora?".

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Nem tudo são flores.

Desci do ônibus correndo, apertada para ir ao banheiro. Dei uma passada rápida na caixa de correio, e vejo que a conta telefônica chegou. Minha bexiga aperta mais, ando mais depressa, e na portaria do meu prédio me deparo com um passarinho caído. Aperto os olhos para enxergar melhor e vejo que está morto. Lembro do meu passarinho que está em casa, fico com vontade de chorar. Mas a vontade de fazer xixi é maior, então subo as escadas rapidamente e largo meus cadernos de qualquer modo no sofá. Que alívio. Que grande alívio. Abro a conta de telefone em seguida, e me assusto. Eu odeio quando as contas telefônicas vêm absurdamente altas, apesar de não ser eu quem paga e não ser culpa minha, pois nem uso direito. Mas fico triste porque é meu pai quem paga, e me deixa angustiada o fato de ele se matar de trabalhar para pagar coisas que deveriam ser mais baratas, economizadas.


Acho que os relacionamentos deveriam ser que nem quando fazemos xixi depois de ficar muito tempo "segurando". E não como pegamos uma conta de telefone excedendo os limites, ou quando vemos um animalzinho caído morto. Eu tenho pensado nisso nos últimos dias, por causa de duas amigas de quem gosto muito. A primeira fica com um cara há alguns meses, mas eles não têm um relacionamento sério, assumido. Esse cara vem deixando-a constantemente triste, privando-a de fazer as coisas que ela gosta com chantagens emocionais, fazendo-a se sentir culpada por estar feliz. Ele prega que quando duas pessoas se gostam devem passar qualquer tempo livre juntos, e fazer isso a maior parte do tempo. Grudar. Dois em um. Dane-se o resto. Eu me pergunto: como assim??? Onde estará a individualidade essencial para todo ser humano? Ou eu sou a única a pensar assim? A pensar que apesar do amor, ou seja lá o sentimento que nutre alguma relação, cada um tem que ter o seu tempo, os seus programas individuais, preservar seus hábitos e amigos? Que em um sábado a noite você pode muito bem passar assistindo filme com sua melhor amiga do que com o cara que você gosta, e apesar disso estará tudo bem, porque sentirão saudades, e matarão saudades em outro dia? Será que pareço insensível ao pensar assim? Não é uma questão de romantismo, e sim de bom senso... Acredito que nada dá certo assim. Você pode agüentar um ano, até dois, como já aconteceu comigo. Dois anos vendo o namorado todos os dias na escola, em todos os intervalos (neles estão inclusas as aulas matadas, obviamente). Mas rotina acaba com qualquer coisa. É saudável cada um ter sua vidinha. Mamãe diz que nunca poderei casar desse jeito. Ela é meio pessimista em relação a isso e, sinto muito mãe, não posso melhorar essa imagem pra você. Simplesmente não sei. Não penso muito nesse futuro tão longe. Mas no presente eu quero continuar assim. Com minha individualidade intacta.

A segunda amiga disse que quer muito ter um piercing na língua. Mas o namorado não aceita.Eu colocava e, só de raiva, chegava mostrando a língua para ele na melhor expressão irônica possível. Mulheres que tanto lutam por direitos iguais e tudo o mais, se submetendo a desejos de uma pessoa que você nem sabe se estará contigo daqui uma semana, quem dirá um mês. Digo isso por experiência própria. Porque ter alguém ao seu lado é com o simples propósito de se sentir bem, e feliz, ou aliviada como ao fazer xixi. E não angustiada e preocupada se você sem querer arrotou tomando coca cola na frente do namorado. Ah, cara, arrotar é bom demais!

sábado, 3 de novembro de 2007

Dando um tempo.

Ok, eu reconheço que meu último texto não ficou bom. Então hoje vou postar algo diferente, porque não estou muito inspirada para escrever algo que tenha alguma utilidade...

Fui ler o blog da Letícia, como sempre faço, crente que ela tinha postado sua matéria sobre o Gilberto. Sim, ela já me contou o que aconteceu por telefone, mas eu queria muito ler, e ainda espero pacientemente o trabalho da minha querida foca. Mas não era um texto sobre o Gilberto, e sim uma corrente: “Meme dos Códigos Literários”, que "resume-se a abrir o livro mais próximo, ou seja, que estiver ao alcance da mão, abri-lo na página 161 e copiar a 5ª frase completa, publicando a mesma no seu próprio blog, criando por assim dizer, um clone (na forma) do post do desafiante." Muito bem, a foca querida me indicou como um dos blogs pra continuar. Como sou obediente, lá vai:

"Se houvesse essa possibilidade, mesmo num futuro remoto, abrigada em meus pensamentos ou oculta em meu coração, eu não poderia agora apertar sua honrada mão."

Do livro "Um conto de duas cidades", de Charles Dickens.

Devo agora indicar 5 pessoas, mas não quero indicar nenhuma. Se quiserem copiar e continuar a corrente, fiquem à vontade.

Eu gostei do trecho. =]

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Moon child


Vocês viram a Lua como estava ontem? Tão linda! Eu adoro luas cheias. Principalmente quando elas ficam brilhantes e imponentes... adoro ficar olhando... Geralmente eu prefiro estar acompanhada nessas horas, mas já faz algum tempo que eu venho me acostumando a observá-la sozinha.

Tudo o que eu queria agora era encostar minha cabeça no ombro de alguém e ficar em silêncio, olhando a Lua. Um alguém, qualquer pessoa. Até minha mãe. Mas nem todos gostam disso. Ficar abraçado com alguém em silêncio, observando algo belo. Acho isso tão essencial. Um dos melhores carinhos que existem.

Eu tinha planos de escrever outra coisa. Mas quando sentei aqui precisei dizer isso. Porque a Lua está lá, me olhando. Cheia de intenção. Ah, quanta intenção! Ela parece querer me dizer algo, mas tenho impressão de que não quero dar ouvidos. Ah, Lua, o que foi? Me deixa sozinha, vai. Me deixa. Não há ninguém. Não agora.

Eu sou assim e não vou mudar.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

I just want you to know who I am...

Ah, outubro! Mês em que a primavera já se instalou com todas as suas pétalas e aromas florais. Mês para se apaixonar e correr riscos. Tempo de dizer 'não' bem alto para aquilo que não nos faz bem. De olhar bem no fundo dos olhos e dizer 'eu quero você'. Ah, outubro! Mês dos desejos, dos sonhos, das suposições, das expectativas. Tempo de esperar.
Estava eu, saindo de um bar (sim, daquele bar), andando tranqüilamente até o ponto de ônibus. Frio eu senti, companhia eu quis, olhei no relógio. 22:09hs. Cheguei no ponto, estava lotado e eu achei estranho para aquele horário. O ônibus demorou para passar e comecei a perder a paciência. Nessas horas, se observa tudo ao redor, árvores que nunca havia enxergado, conversas alheias, carros que passam e fazem o cabelo voar. Olho distraidamente para o semáforo recém vermelho e logo uma carreta enorme pára na minha frente. Ouço uma música vindo de dentro da cabine, inicialmente indecifrável, mas logo reconheci. I just don't want to miss you tonight... Fiquei pensando em tantas coisas naqueles longos 2 minutos... Músicas sempre me trazem lembranças, mesmo as que ainda não aconteceram. Eu vivo imaginando meu futuro, o dia seguinte.
Eis que algo parecido aconteceu essa semana. Ontem. Naquele trânsito terrível a caminho da faculdade, sentada (milagre) justo do lado no qual mais pega sol pela manhã. Aborrecidamente, meu olhar observa tudo pela janela, mas não se prende em nada. Quando percebo, um corsa preto pára ao lado do meu ônibus, tocando bem alto uma música do kid abelha. Lá vêm os pensamentos novamente...
Por enquanto, só me resta pensar.
Ah, outubro. Me diz o que trará de bom?

sábado, 29 de setembro de 2007

Num bar

Várias mesas vermelhas juntas, cercadas de cadeiras também vermelhas e muitas pessoas. Cervejas chegam a todo momento, copos são brindados. Não imagino o motivo do brinde. Escuto risadas de todos os lados, mas não consigo prender minha atenção em nenhuma delas. O vento bagunça meu cabelo, e começo a pensar em diversas formas de mantê-lo arrumado.

Uma canção começa a tocar ao fundo. As risadas me atrapalham, mas com esforço a identifico. Imediatamente meu coração palpita de maneira diferente. Daquela maneira. Me perco totalmente em pensamentos insignificantes para a maioria. Começo a lembrar do abraço. E vem aquele sentimento que não deveria existir. Sentimento que havia aprendido a não gostar. Às vezes é melhor não sentir. Simples assim.

Mas já era inevitável. Minha presença ali já tinha se tornado uma mentira. Achei que tinha mudado, mas percebi que nunca deixei de ser a mesma. Voltei a sentir.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Poema de uma tarde fria

Nessa tarde tão fria
Tudo que eu queria
[brrrrrrrr]

sábado, 15 de setembro de 2007

Já não sei o que dizer.

Porém posso até tentar.
Então, primeira vez escrevendo algo que "preste" nesse novo blog. O 2º que eu faço. O antigo eu deletei, eu escrevi tantas coisas idiotas que nem quero lembrar.
Fiquei vários meses enrolando para fazer, preguiça. A última desculpa era o fato de não ter um template legal, mas afinal o quanto importa um template? Resolvi deixar as desculpas de lado e criei. Criar... verbo legal né?
Alguém vai me perguntar o porquê do nome. Eu não vou responder.
Talvez eu responda.
Tenho algumas confissões mentais a fazer, mas letras jamais serão suficientes para explicar o que quero dizer.
Juro que ainda escrevo algo fácil de compreender. Se até lá eu mesma for compreendida.