sábado, 29 de dezembro de 2007

Um pouco de ficção

Eles se gostavam havia meses. Mas ninguém sabia dizer, explicar, mostrar um argumento altamente convincente de porquê ainda não estavam juntos. Simplesmente não ficaram juntos. E se distanciaram cada vez mais e mais... No começo, ela se recusou a esquecer, até que um dia ele foi bem claro que não iria mais ficar com ela. Então, foi abstraindo de pouco em pouco, até enxergar o leque de opções que possuía, e que uma delas valeria à pena um dia. Ele, de algum modo, percebeu que ela finalmente o tinha tirado da cabeça, e por egoísmo, ou por vontade de aumentar seu ego, ou até mesmo porque ainda gostava dela, resolveu reaparecer. Deixava mensagens que ela não conseguia entender. Se era para ela esquecer, porque ele deixava os recados? Resolveu não se importar muito com isso e não esperar nada demais. Seguiu sua vida.

Ambos seguiram caminhos que, certa vez, acabaram por se cruzar novamente. Estavam totalmente distantes, se falavam às vezes, conversa de colegas. Ela ainda sentia seu coração bater mais forte ao lembrar dele, mas pensava consigo mesma que aquilo era passageiro e não significava nada. Ele? Não se sabe. Mas um dia, foram os dois num mesmo show. Não sabiam que se encontrariam por lá. Ela foi acompanhada de um amigo. Ele também.

Every breath you take, every move you make, every bond you break, every step you take.. I'll be watching you.

The Police começou a tocar essa música exatamente quando eles perceberam a presença um do outro naquela multidão. Coincidência?

Every single day, every word you say, every game you play, every night you stay.. I'll be watching you.

Quando a viu acompanhada de outro, ele sentiu algo estranho dentro de si. Teria a perdido de verdade? Percebeu que se não fosse falar com ela naquele momento, perderia para sempre a chance de consertar seu erro. Ela, mesmo tentando negar para si mesma, esperava que ele fizesse exatamente aquilo.

Oh can't you see?? You belong to me! My poor heart aches, with every step you take!

Sting cantou esses versos como se fossem para eles. Então, ele se aproximou e puxou qualquer assunto para quebrar o gelo. Ela sorriu levemente. Sempre sorria quando estava perto dele, era inevitável. Ele se aproximou mais. Não conseguia controlar.

Every move you make, every vow you break, every smile you fake, every claim you stake.. I'll be watching you.

– Eu ainda gosto de você – foi o que ele disse em seu ouvido.

Ela queria ter ouvido isso há muito, muito tempo. Porque só agora?

Since you've gone I've been lost without a trace! I dream at night I can only see your face! I look around but it's you I can't replace! I feel so cold and I long for your embrace. I keep crying baby, baby, please!!!!

– Você não acha que é tarde demais para isso não? – ela retrucou. Mas ainda deixava ele se aproximar cada vez mais.

– Talvez seja tarde – ele falou, olhando no fundo de seus olhos – mas não posso deixar de tentar.

Oh can't you see??? You belong to me!! My poor heart aches, with every step you take!

Ele a beijou, e ela não se opôs. Era tão bom ter aquilo novamente... mesmo que não fosse durar mais que uma noite.

Every move you make, every vow you break, every smile you fake, every claim you stake.. I'll be watching you...

Ela achava que ele a envolvia em seus braços como ninguém soubera fazer antes. Era o melhor beijo que já tinha dado também. Ele podia ser sempre o melhor na vida dela, ela pensou, era só ele querer.

Every move you make... every step you take... I'll be watching you...

Não se sabe o que aconteceu depois, nem nos dias seguintes. Mas naquela noite, eles ficaram juntos mais uma vez.

I'll be watching you...

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Que derrota.

Que porra de dia foi esse? Sabe quando a gente planeja o dia seguinte todinho antes de dormir, naqueles minutinhos preciosos antes de pegar no sono? E, no dia seguinte, logo que acorda começa a dar tudo errado?

cloud diz:
vc se machuco d novo???
shany. ai, deus. diz:
eu caí na rua
cloud diz:
¬¬
caraleo
mare d azar ta foda hein
shany. ai, deus. diz:
é, q porra..

É Caio, tá foda mesmo. Não tem nem um mês que eu quase quebrei o meu queixo (me recuso a repetir a história aqui), e agora estou com o joelho fudido e com medo de ir ao médico e ele dizer "de novo aqui????". Sem contar que eu estou mega enjoada desde ontem à noite, vomitando à beça (não, eu não bebi). Alguém veio me perguntar se estou grávida. Antes que me perguntem de novo, se tem alguma coisa impossível de acontecer na minha vida no momento é eu estar grávida. PELO MENOS ISSO. Para completar, nesse fim de semana eu vou sentir cólica.

Nada de churrasco hoje (!!!!!!!). Preciso de uma cama ao meu lado o resto da noite, para qualquer emergência. Meu pai está um saco hoje também, NINGUÉM AJUDA A MELHORAR A SITUAÇÃO. Preciso rir, preciso MUITO dar umas boas gargalhadas, senão... não sei o que pode acontecer.

Como podem ver, nada de textos melancólicos e sentimentais por enquanto. Eu realmente estou muito nervosa.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Como odeio o mundo uma vez por mês.

TPM me deixa a pessoa mais chata, estúpida, egoísta, nervosa, irritada, fresca, seca, ignorante e sem sentimentos do planeta. Passo a odiar coisas insignificantes, e faço questão de demonstrar meu desagrado diante de todas elas.

Odeio sair de casa, ter que trocar de roupa depois de acordar, ter que usar sutiã. Porra, meu peito está doendo (QUÊ PEITO?)!

Odeio pessoas lerdas no shopping, crianças gritando, filas quilométricas para comprar uma porcaria de sorvete, atendentes lerdas e que ainda querem me dar um BIS (MOLENGO AINDA POR CIMA) de troco na lanchonete do cinema. Ah, odeio também aquela garota idiota que ficou namorando o filme inteiro e chutando a minha cadeira, vai tomar no seu cú ok? Sem contar aqueles idiotas gritando e fazendo bagunça, atrapalhando o lazer das outras pessoas... morram!

Odeio pegar ônibus cheios. Odeio pegar ônibus vazios também, porque sempre tem um babaca para sentar do meu lado, mesmo vendo que há váááárias poltronas vazias. Odeio aqueles também babacas que ficam comendo do meu lado durante o trajeto, quase sempre aquele chips fedorento, ou alguma coisa fedendo a bacon, ou então uma porra de paçoca fedorenta. Odeio os babacas que sentam atrás de mim e ficam conversando de forma que meus tímpanos quase estouram. E aqueles que abrem a janela quando eu acabei de fechar, porque à noite o vento é gelado E FAZ A MINHA GARGANTA INFLAMAR. Será que eles não entendem isso? É, só dá babaca em ônibus mesmo. O que salva é aquele trocador gatinho do 831 de 20:40h.

Odeio quando eu saio sem pedir ao meu pai (só para minha mãe), e quando eu chego ele está estacionando o carro e faz aquela cara. Odeio quando abro a porta do apartamento e minha mãe já vem perguntar "nossa, chegou cedo assim porquê?". Peraí que vou voltar para a rua e voltar às 3h da manhã. Caralho, NÃO ENTENDO ESSE TIPO DE PERGUNTA.

Odeio o fato de amanhã eu ir num churrasco e reencontrar o cara com quem fiquei antes de M. Odeio não ter idéia do que vai acontecer. Minto. Odeio ter idéia do que possivelmente poderia acontecer, mas odeio também o fato de NÃO querer.

O QUE EU QUERO DA VIDA AFINAL?

Odeio, odeio, odeio.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

about a girl.

Ontem assisti a um filme muito bom. Não, não é cult, não é europeu, não tem um enredo de tirar o chapéu, nem é digno de ser indicado ao Oscar. Mas é bom. Clive Owen, muito sexy com aquele sobretudo de couro (ou jaqueta?) preto, passa uma hora e meia atirando para todos os lados, comendo cenoura, pegando uma mulher gostosa (Monica Bellucci), cuidando de um bebê... ops, de repente muitas coisas acontecem ao mesmo tempo para uma hora e meia de filme. É uma ação repleta de sarcasmo, que te faz rir até das dezenas de mortes que ocorrem. Ou centenas?

Sem contar a trilha sonora impecável. Sim, como um bom filme de ação, eu não esperava que tocasse nenhuma música melódica que me fizesse querer chorar. Mas também não esperava que fosse gostar TANTO, mas tanto do que ouvi. Metal, grunge, punk. Shoot'EM Up (Mandando Bala) me fez balançar as perninhas o tempo inteiro, batendo a mão no braço da cadeira. Quando tocou Nirvana (Breed) enquanto Clive mandava bala, eu me controlei para não levantar ali mesmo, e cantar bem alto, balançando a cabeça. Even if you have, even if you need, I don’t mean to stare, we don’t have to breed! We could plant a house, we could build a tree, I don’t even care, we could have all three! She said, she said, SHE SAID, SHE SAID, SHE SAID, SHE SAID, SHE SAID, SHE SAID... GOOD! Foi a cena mais perfeita do filme.

Quem me conheceu esse ano não imagina ainda as músicas que me fazem enlouquecer. Tinha tempos que não ouvia Nirvana. Porquê? me pergunto. Lembrei da garota que há anos atrás tinha um jeito diferente de existir. Mas nos últimos tempos, as pessoas têm me influenciado. Até minhas roupas, minha mãe que escolhe agora. Pode ser que, inconscientemente, eu esteja querendo ser aceita. Mas que saudade eu tenho da Darshany que andava meio largada, sem se preocupar. Que ouvia Kurt se esgoelando em Territorial Pissings e achava aquilo um tesão. Ah, não faz tanto tempo assim. Não faz. Talvez eu nunca tenha mudado como acho que mudei. Só estou com uma carcaça diferente. A outra está ali guardadinha. Pronta para ser usada.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

I'm wrong and I'm sorry, baby.

Sabe, sentada aqui, fiquei pensando enquanto Alanis toca. Ele não está o mesmo. Não sei o porquê. Minto. Talvez eu saiba, e me recuso a aceitar. Me sinto egoísta. Acho que sou egoísta. Ele me disse que isso se chama confusa, mas eu acho melhor ser sincera comigo mesma e assumir meu egoísmo.

Afinal, tudo o que a gente quer um dia é que um cara muito foda chegue para você e diga ei, você é especial e eu gosto de você. Que te aceite com seus milhares de defeitos, que ache graça quando você está estressada, que se preocupe com seus mínimos problemas, que cuide de você quando está bêbada, e que gosta de passar o tempo do seu lado. E quando esse cara aparece, ou melhor, quando você o percebe, o que faz? O que eu fiz? Me acostumei com ele, mas não consegui gostar dele.

Não é fácil gostar de alguém por querer. Isso acontece quando menos se espera. Se eu pudesse olhar aqueles olhos verdes e sentir meu coração disparar como acontece com o veterano, eu o faria. Mas eu não posso. Não consigo. E sou egoísta, pois vejo que ele está indo para longe de mim, e eu não queria que isso acontecesse.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

I feel drunk but I'm sober.

O primeiro porre a gente nunca esquece.
Abril/2006. Eu nunca tinha feito isso antes. Ainda não sei o que me deu na cabeça, mas fiz. Era uma sexta-feira, algumas colegas com quem não andava fazia tempos me chamaram pra ir num barzinho. Eu deveria estar estudando pra prova final de física, Cefetes finalmente estava acabando... Ou deveria já estar adiantando matéria do pré-vestibular, que eu iria recomeçar em duas semanas. Ou então estar dando atenção para meu namorado, que eu quase não veria naquele ano. Mas eu saí para beber.

Lembro que naquela sexta-feira eu tive um péssimo dia. Eu sabia que ia reprovar em física, mesmo estudando para a final. O 3º ano estava acabando com um atraso de cinco meses, e isso acabou atrasando também meus estudos para o vestibular, que eu já ia tentar pela 2ª vez. Eu via todos aqueles amigos já na Ufes, e só conseguia me imaginar o ser mais burro do planeta, prestes a freqüentar o Darwin mais uma vez... Meu pai enchia a paciência, me mandando estudar, falando pra eu tentar Direito. Ah, eu não sabia se era capaz de passar em Jornalismo, quanto mais em Direito. Minha mãe ficava brigando comigo porque eu provavelmente faria supletivo de uma matéria (maldita física). E ainda tinha a pressão de "esse ano você tem que se dedicar aos estudos integralmente." Meu Deus, eu ia morrer. Eu não tinha ânimo. E tinha um namoro de quase dois anos nas mãos.

Então, eu fui pro barzinho. Uma rodada de ICE por favor. Algumas cervejas, por favor. Gente, meu pai vai me matar. Nunca bebi antes. Ah, que isso. Mais uma cerveja, a última!

Chego em casa e levo o maior esporro de toda a minha vida. Mas não presto atenção em nenhuma palavra. Nenhuma. Vomito, tomo um banho, vou para o MSN. Converso totalmente bêbada com meu namorado. Ele fica preocupado. Eu não lembro as coisas que eu disse naquela sexta-feira. Mas o sábado eu nunca esqueci. Seriam dois anos em poucos dias, e eu acabei com aquilo. Eu terminei algo perfeito, por causa de estupidez. Total estupidez.

Porque eu estou contando isso aqui? Às vezes acho que sem querer passo uma imagem de coitada. Não sei, mas não sou nenhuma coitada. E meu passado confirma isso totalmente. Já magoei, fiz besteira, e Deus sabe como me arrependo. Eu tinha o cara da minha vida nas mãos e o deixei ir. Por isso penso que talvez eu mereça o que tem acontecido comigo. Sofrer um pouco, pra saber como é que é.