sábado, 25 de dezembro de 2010

mais um ano

Eu sentia falta de pegar um café, sentar em frente a essa caixinha branca e digitar, digitar, digitar até sair algo qualquer que faça sentido para muita gente. É fim de ano, e sempre me sinto meio nostálgica em relação à tudo, tudo mesmo. E com isso aqui não é diferente.

Me lembro de quando comecei, de como eu era IDIOTA - em caixa alta mesmo - em escrever aquelas coisas no passado... e sabe, não mudei muito. Eu continuo sendo a mesma idiota. Mas é interessante ver como todos os posts sempre significaram algo para alguém. Para mim, em um primeiro momento. Mas sempre mais para outras pessoas. E isso sempre me motivou. E continua.

Então, só queria agradecer a cada pessoa que acompanhou esse blog nesses três anos e dois meses. Ou menos, mas que sempre esteve por aqui. Lendo. Comentando. Eu agradeço do fundo do meu coração a força.

Ainda volto de uma vez.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Acho tão bonita a forma como meus braços se encaixam perfeitamente em você

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

quando você já sabe no ombro de quem vai chorar se tudo der errado.

previsível, sempre.

domingo, 28 de novembro de 2010

little by little

Aprendendo a dizer pouco. Viver mais, dizendo pouco. Quase nada.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Hoje faltou seu beijo de boa noite. Sempre me falta.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A gente anda por aí à procura de qualquer coisa que valha a pena, que faça sentir que valeu a pena, ou que apenas dê uma falsa sensação de alívio ao coração. Uma meta oculta, a gente nega, mas só queremos isso.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

moving on - centésima temporada

Nada melhor do que ocupar o coração com outros motivos

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

toda poesia tem o seu nome, mesmo que esteja nas entrelinhas

domingo, 19 de setembro de 2010

o meu problema

O meu problema é que eu reclamo de tudo, e sempre acho que tenho problemas demais. Mas a vida surpreende a gente, e nessas caminhadas do dia-a-dia vemos como existem pessoas com problemas grandes, reais. Nessas horas, eu sinto vergonha de mim mesma.

Estava indo para a faculdade na quinta-feira, feliz por não estar atrasada pela primeira vez em muito tempo. Quando, no terminal rodoviário, entrou um rapaz empurrando uma cadeira de rodas - na qual estava seu pai.

O cadeirante era um senhor já, estava descalço, com os pés sujos. A cadeira de rodas tinha o pior aspecto que você pode imaginar. Era só um pedacinho de ferro que podia ser empurrado. Conforto zero. E o filho, suado, cansado. Fisionomia triste. Senti um pontada de dor, a dor dele. Mas só uma pontada, acho que nunca ninguém vai ter ideia do tamanho verdadeiro da dor daquele rapaz.

Eu senti vontade de fazer alguma coisa. Mas gastei meu tempo pensando no meu próprio pai, no conforto da minha vida, em todas as coisas que eu tenho. E como eu reclamo por nada, e que esse blog nada mais é que uma compilação de todas essas reclamações.

Preciso parar.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

meu problema é que sempre quero cuidar de alguém.
e não deixo ninguém cuidar de mim.

eu sei o problema e não resolvo.
insisto na mesma tecla.
sempre.

sábado, 4 de setembro de 2010

o meu problema é que não é o sofrimento que vem até mim.
eu vou até o sofrimento.

poderia ter ido dormir.
mas coldplay insiste em tocar.

e aí?

domingo, 11 de julho de 2010

to say or not to say

a gente perde quando diz, e perde também quando não diz. isso é muito triste.

domingo, 6 de junho de 2010

06/06/10

Hoje é um dia repleto de nostalgia, mesmo sem querer. Sem propósito nenhum. A nostalgia simplesmente bate, a saudade vem, os pensamentos voam para o passado, e aí já era. Coloca uma playlist barra pesada. James Blunt para começar.

A data de hoje não tem nada de especial, nunca aconteceu nada importante demais para ser lembrado em algum seis de junho. Apenas me peguei pensando em 6 de junho de 2006, quando muitos disseram ser uma data demoníaca. O mundo nem mesmo acabou.

E então lembrei do meu mundo em 06/06/06. Ele provavelmente estava muito abalado. Segundo ano de pré-vestibular, assassinei minha vida social. Terminei um namoro longo dois meses antes. Escrivaninha repleta de folhas, livros. Post-its colados no monitor. Marca-texto falhava, assim como eu havia falhado tantas vezes.

Falhei tanto, que acho que minha dedicação aos estudos foi um escape. Uma última tentativa de fazer algo certo na minha vida. 06 de junho de 2006. Joguei meu namoro no lixo, fiquei quase sem amigos, tive noites perdidas, dei início ao vício em café. Foram tantas decisões para uma mente de dezoito anos, que mal percebi que eu tinha dezoito anos! Houve uma época em que eu queria muito ser maior de idade... mas quando chegou o tempo certo, não fez a mínima diferença.

Uma série de acontecimentos que me conduziram até aqui. Hoje. 06 de junho de 2010. O que eu tenho? Uma faculdade quase no fim, um estágio difícil de conseguir. Mais nada. Ganhei o que lutei para ganhar, mas nunca recuperei o que perdi.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

estou

às vezes dá tanta vontade de desistir de tudo. chego em casa, me jogo na cama, nem sei onde deixei a bolsa. olho pro teto, escuro. me faço pensar. os ponteiros do relógio não param, a hora de jantar já se foi, eu levanto, sento aqui e começo a digitar. não aguento mais, seria a frase. mas não sei viver sem, seria o argumento.

a pressão é cada vez maior, são problemas disparados de todos os lados, nem adianta se abaixar e tentar fugir. nada vai mudar. tento me agarrar a algum motivo, qualquer coisa, uma flor, para dizer "opa, eu tenho isso para me fazer feliz". mas não dá. não há.

não quero maiúsculas.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

love isn't a game

Amor é tudo aquilo que te faz querer ser uma pessoa melhor.

Li essa frase uma vez no twitter e achei sensacional. Caiu como uma luva para mim e tudo o que minha vida é. Pensei em todas as coisas boas que já fiz, por mim, por alguém. Foi amor. E olha que houve uma época em que desacreditei completamente nisso, mas é melhor nem lembrar.

E então não importa o quanto as pessoas podem ser duras com você, se você as ama, tudo bem. Isso é bom. Isso te faz crescer. Pequenos gestos de amor. Uma ligação. Uma mensagem. Um favor. Um chocolate. Um "como você está?" repleto de sinceridade e mensagens subliminares do tipo "ei, eu me importo muito com você e você pode contar comigo para sempre".

Nem sempre a gente recebe de volta. Isso pode doer às vezes, mas passa, eu juro que passa. Porque amar vale a pena, mesmo quando você pratica sozinho. E eu escrevi tudo isso pensando em três pessoas que, no momento, representam três coisas diferentes (e não necessariamente boas) na minha vida, mas que possuem algo em comum: meu amor.

quarta-feira, 17 de março de 2010

eu não entendo. já tentei, mas não consigo.
porque mesmo quando você sabe, tem certeza que alguém muito legal, ideal para você, gosta de você, é tão difícil admitir?
e aí a gente deixa passar... e depois de um tempo, percebe que perdeu essa pessoa.

e se ainda não perdeu?

quarta-feira, 10 de março de 2010

Dando nomes aos bois

Mais uma vez venho aqui divulgar mais um novo blog! Como eu consigo dar conta? Não sei hehe.
Então, agora o meu novo projeto é o Focas no Café. Estarei postando frequentemente por lá.

E não, não acabei com o Casaco Verde. Apesar de isso ter quase acontecido diversas vezes. Ainda voltarei aqui para falar um pouco da minha vida nada interessante. Todos os dias sempre penso em várias coisas a dizer, mas a preguiça toma conta.

Mas prometo não desistir. Voltarei com esse blog mais em formato diário. Algumas crônicas do meu dia a dia talvez. Darei nomes aos bois. Bem melhor assim, não é? Ou não?

Veremos. Até a próxima :)

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

um início

Sabe quando no meio de uma conversa, você diz algo sem sentido e todos riem? Pois foi exatamente o que aconteceu. Não lembro direito o que eu disse, mas todos em minha volta começaram a rir, então devia ser engraçado. Não me importei muito.

Eu não queria estar ali. Insistiram tantas vezes, que aceitei por falta de paciência. Dizer não cansa. E por outro lado também senti pena. Sem a minha presença, nada ia funcionar. Não que eu seja importante.

Subimos no palco para testar os instrumentos e passar o som. Algumas poucas pessoas tinham chegado ao clube - aquelas que não tem mais nada para fazer na vida e chegam aos shows bem antes de começar. Algumas delas eram conhecidas, e um deles era conhecido até demais. Eu não enxergo muito bem sem meus óculos, mas quando é para ver quem você não quer, parece que a visão fica perfeita de repente.

Eu sabia que ele estaria ali naquela noite de sábado. A nossa banda tinha opção de tocar no domingo - dia em que ele não estaria lá com certeza. Mas não... tinha que ser no sábado. E eu teria que suportar.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

the world is a rollercoaster

Peguei sua mão, senti a palma áspera contra a minha e entrelacei os dedos como se pudesse mudar algum destino com aquilo. Perguntei pela sétima vez: "consegue ver?".
- Eu só sinto.

Decidi me contentar com a resposta e pensar que era o melhor que podia ter. Continuamos sentados ali, como se fôssemos estranhos aproximados pela distância inexistente em um banco de praça. Mastigava lentamente um chiclete que eu detestava. O som me deixava nervosa e ao mesmo tempo nostálgica por antecipação.

Tentei uma última vez: "tem certeza que não consegue ver?".
- Não, eu só sinto.

E então levantou-se e foi embora. Seus passos foram rápidos e letais, mas para mim pareceram durar uma eternidade e eu tinha esperança de que dessem meia volta a qualquer momento. E de que todas as poucas palavras ditas tivessem outro significado. Na verdade, eu tinha esperança de tantas coisas juntas que é difícil ter certeza do que eu quis realmente.

Eu conseguia ver além. Ele não. Sentiu e foi.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Especialmente: hoje

Escrevi teimosamente, apesar de às vezes a carga da minha solidão me pesar muito. Sentava-me à mesa de trabalho e ficava ouvindo o silêncio que vinha me engolindo. Não conseguia ouvir nada, a não ser um barulho de estalido, mal perceptível, como se algum fio isolado tivesse se partido, e ansiava por descobrir alguma esperança a que pudesse me agarrar.¹


Vou dizer uma coisa: Radiohead é o tipo de música que faz doer a alma. Bem lá no fundo, não tem para onde escapar. Agora imagina quando você sonha algo muito bom. Algo que você realmente queria que acontecesse, e então acorda e vê que ainda continua naquela realidade chata. E sabe que o que aconteceu no sonho jamais será verdade. Isso é triste.

Mas a tristeza maior não é essa parte. Isso passa facilmente, no dia seguinte dá para seguir em frente normalmente. A tristeza maior é ver as pessoas mudando bem debaixo do seu nariz e você não poder fazer nem dizer nada. Ver alguém que você gosta muito se tornar uma pessoa diferente, mudar para pior, e não ter coragem de perguntar: ei, porquê?

Acho que às vezes isso é necessário acontecer. Um pouco de decepção para borrar a imagem que formamos de alguém. Ninguém é perfeito, e está na hora de eu começar a acreditar nisso.


¹Do livro Amor e Lixo, de Ivan Klíma, pg. 66, 2º parágrafo.