domingo, 19 de setembro de 2010

o meu problema

O meu problema é que eu reclamo de tudo, e sempre acho que tenho problemas demais. Mas a vida surpreende a gente, e nessas caminhadas do dia-a-dia vemos como existem pessoas com problemas grandes, reais. Nessas horas, eu sinto vergonha de mim mesma.

Estava indo para a faculdade na quinta-feira, feliz por não estar atrasada pela primeira vez em muito tempo. Quando, no terminal rodoviário, entrou um rapaz empurrando uma cadeira de rodas - na qual estava seu pai.

O cadeirante era um senhor já, estava descalço, com os pés sujos. A cadeira de rodas tinha o pior aspecto que você pode imaginar. Era só um pedacinho de ferro que podia ser empurrado. Conforto zero. E o filho, suado, cansado. Fisionomia triste. Senti um pontada de dor, a dor dele. Mas só uma pontada, acho que nunca ninguém vai ter ideia do tamanho verdadeiro da dor daquele rapaz.

Eu senti vontade de fazer alguma coisa. Mas gastei meu tempo pensando no meu próprio pai, no conforto da minha vida, em todas as coisas que eu tenho. E como eu reclamo por nada, e que esse blog nada mais é que uma compilação de todas essas reclamações.

Preciso parar.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

meu problema é que sempre quero cuidar de alguém.
e não deixo ninguém cuidar de mim.

eu sei o problema e não resolvo.
insisto na mesma tecla.
sempre.

sábado, 4 de setembro de 2010

o meu problema é que não é o sofrimento que vem até mim.
eu vou até o sofrimento.

poderia ter ido dormir.
mas coldplay insiste em tocar.

e aí?

domingo, 11 de julho de 2010

to say or not to say

a gente perde quando diz, e perde também quando não diz. isso é muito triste.

domingo, 6 de junho de 2010

06/06/10

Hoje é um dia repleto de nostalgia, mesmo sem querer. Sem propósito nenhum. A nostalgia simplesmente bate, a saudade vem, os pensamentos voam para o passado, e aí já era. Coloca uma playlist barra pesada. James Blunt para começar.

A data de hoje não tem nada de especial, nunca aconteceu nada importante demais para ser lembrado em algum seis de junho. Apenas me peguei pensando em 6 de junho de 2006, quando muitos disseram ser uma data demoníaca. O mundo nem mesmo acabou.

E então lembrei do meu mundo em 06/06/06. Ele provavelmente estava muito abalado. Segundo ano de pré-vestibular, assassinei minha vida social. Terminei um namoro longo dois meses antes. Escrivaninha repleta de folhas, livros. Post-its colados no monitor. Marca-texto falhava, assim como eu havia falhado tantas vezes.

Falhei tanto, que acho que minha dedicação aos estudos foi um escape. Uma última tentativa de fazer algo certo na minha vida. 06 de junho de 2006. Joguei meu namoro no lixo, fiquei quase sem amigos, tive noites perdidas, dei início ao vício em café. Foram tantas decisões para uma mente de dezoito anos, que mal percebi que eu tinha dezoito anos! Houve uma época em que eu queria muito ser maior de idade... mas quando chegou o tempo certo, não fez a mínima diferença.

Uma série de acontecimentos que me conduziram até aqui. Hoje. 06 de junho de 2010. O que eu tenho? Uma faculdade quase no fim, um estágio difícil de conseguir. Mais nada. Ganhei o que lutei para ganhar, mas nunca recuperei o que perdi.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

estou

às vezes dá tanta vontade de desistir de tudo. chego em casa, me jogo na cama, nem sei onde deixei a bolsa. olho pro teto, escuro. me faço pensar. os ponteiros do relógio não param, a hora de jantar já se foi, eu levanto, sento aqui e começo a digitar. não aguento mais, seria a frase. mas não sei viver sem, seria o argumento.

a pressão é cada vez maior, são problemas disparados de todos os lados, nem adianta se abaixar e tentar fugir. nada vai mudar. tento me agarrar a algum motivo, qualquer coisa, uma flor, para dizer "opa, eu tenho isso para me fazer feliz". mas não dá. não há.

não quero maiúsculas.