terça-feira, 13 de novembro de 2007

Isn't it ironic... don't you think?

Acordei e liguei o computador, como de costume. Coloquei Alanis Morissette para tocar enquanto eu me arrumava. Abri o guarda-roupa, peguei a velha camiseta do Metallica que ele gosta e uma calça surrada. Alanis cantava sentimentos diretamente para mim. Meu coração batia rápido, muito rápido. Era a saudade. Essa saudade, que nunca vai embora, nunca some, nunca desaparece, nunca me deixa em paz. Enquanto prendia o cabelo de qualquer forma, pensava em coisas para lhe dizer. O que eu faria primeiro? Choraria, sorriria, o abraçaria? Diria o quanto ele fazia falta, o quanto ele é importante pra mim, o quanto eu o amo? Ou simplesmente olharia em seus olhos e ele já saberia de tudo isso? Percebi que meu cabelo ficou arrumado demais, desmancho o pequeno rabo de cavalo e refaço. Coloquei o allstar preto, seu preferido. Eu estava pronta. Alanis calou-se.

Segui para o aeroporto, ainda tentando imaginar o que fazer quando o visse. Sabe quando tentamos treinar certas situações? Era mais ou menos assim. Mesmo que eu me sentisse tão à vontade em sua companhia, já não o via há quase um ano. Eu não sabia mais como ele estava, seus gostos, sua aparência. As conversas no MSN e a troca de cartas ficaram cada vez menos freqüentes nos últimos meses. A última que mandei tinha sido em agosto, contando de M. Bom, desci no aeroporto, sentei-me e esperei. Esperei e esperei. E ele surgiu. Lindo como sempre, com seus olhos verdes e puxados, e aquele sorriso de "ainda bem que você está aqui". Seu cabelo bagunçado, que baguncei ainda mais depois. E aquele abraço... é incrível como eu me encaixo perfeitamente em seus braços, parece que eles foram feitos só para me abraçar mesmo. É, Londres ainda não havia mudado meu Léo.

Foram três dias. Três diazinhos que pareceram uma semana. Mas ainda assim, tempo insuficiente para dizer tanto e fazer tanto. Pizzas, pipoca, filmes. Conversas, cosquinhas, implicâncias. Mostro meus últimos poemas, ele lê com toda a atenção do mundo. Conto-lhe sobre tudo o que tem acontecido comigo. Ele me abraça quando falo de M e choro. Fica sério quando falo do veterano. Me dá conselhos. Me faz rir. Lembramos de coisas do passado ainda recente. Nos perguntamos porque não deu certo. É, ele ia pra Londres. Nos esquecemos disso por alguns momentos. Digo o quanto fiquei com raiva daquela vez em que cancelei tudo para passar o ano novo numa rave com ele, e ele não quis ir mais. Ele pede desculpas. Pede desculpas por ter jogado fora o que ele mesmo esperou tanto tempo para conseguir. Eu lhe respondo que isso não importa mais agora. Somos pessoas diferentes. Temos vidas diferentes. Em países diferentes. Mas ele continua sendo aquele amigo para todas as horas. O cara que me faria mudar de idéia em relação à casamento e filhos. O cara que me faria querer namorar de novo depois da decepção com M. Eu acho que vou demorar algum tempo para querer tudo isso de novo, até alguém ter força de vontade o suficiente para me fazer mudar de idéia. Mas ele, ah, ele mudaria isso em minutos.

Mas esse cara entrou no avião novamente. E voltou para muito, muito longe de mim. Não sei quando ele volta, nem se volta. Retorno à realidade, aos longos pensamentos do dia-a-dia, às escolhas nem sempre corretas, ao ritmo louco da faculdade. À mesma frase de sempre: "o que eu faço agora?".

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Nem tudo são flores.

Desci do ônibus correndo, apertada para ir ao banheiro. Dei uma passada rápida na caixa de correio, e vejo que a conta telefônica chegou. Minha bexiga aperta mais, ando mais depressa, e na portaria do meu prédio me deparo com um passarinho caído. Aperto os olhos para enxergar melhor e vejo que está morto. Lembro do meu passarinho que está em casa, fico com vontade de chorar. Mas a vontade de fazer xixi é maior, então subo as escadas rapidamente e largo meus cadernos de qualquer modo no sofá. Que alívio. Que grande alívio. Abro a conta de telefone em seguida, e me assusto. Eu odeio quando as contas telefônicas vêm absurdamente altas, apesar de não ser eu quem paga e não ser culpa minha, pois nem uso direito. Mas fico triste porque é meu pai quem paga, e me deixa angustiada o fato de ele se matar de trabalhar para pagar coisas que deveriam ser mais baratas, economizadas.


Acho que os relacionamentos deveriam ser que nem quando fazemos xixi depois de ficar muito tempo "segurando". E não como pegamos uma conta de telefone excedendo os limites, ou quando vemos um animalzinho caído morto. Eu tenho pensado nisso nos últimos dias, por causa de duas amigas de quem gosto muito. A primeira fica com um cara há alguns meses, mas eles não têm um relacionamento sério, assumido. Esse cara vem deixando-a constantemente triste, privando-a de fazer as coisas que ela gosta com chantagens emocionais, fazendo-a se sentir culpada por estar feliz. Ele prega que quando duas pessoas se gostam devem passar qualquer tempo livre juntos, e fazer isso a maior parte do tempo. Grudar. Dois em um. Dane-se o resto. Eu me pergunto: como assim??? Onde estará a individualidade essencial para todo ser humano? Ou eu sou a única a pensar assim? A pensar que apesar do amor, ou seja lá o sentimento que nutre alguma relação, cada um tem que ter o seu tempo, os seus programas individuais, preservar seus hábitos e amigos? Que em um sábado a noite você pode muito bem passar assistindo filme com sua melhor amiga do que com o cara que você gosta, e apesar disso estará tudo bem, porque sentirão saudades, e matarão saudades em outro dia? Será que pareço insensível ao pensar assim? Não é uma questão de romantismo, e sim de bom senso... Acredito que nada dá certo assim. Você pode agüentar um ano, até dois, como já aconteceu comigo. Dois anos vendo o namorado todos os dias na escola, em todos os intervalos (neles estão inclusas as aulas matadas, obviamente). Mas rotina acaba com qualquer coisa. É saudável cada um ter sua vidinha. Mamãe diz que nunca poderei casar desse jeito. Ela é meio pessimista em relação a isso e, sinto muito mãe, não posso melhorar essa imagem pra você. Simplesmente não sei. Não penso muito nesse futuro tão longe. Mas no presente eu quero continuar assim. Com minha individualidade intacta.

A segunda amiga disse que quer muito ter um piercing na língua. Mas o namorado não aceita.Eu colocava e, só de raiva, chegava mostrando a língua para ele na melhor expressão irônica possível. Mulheres que tanto lutam por direitos iguais e tudo o mais, se submetendo a desejos de uma pessoa que você nem sabe se estará contigo daqui uma semana, quem dirá um mês. Digo isso por experiência própria. Porque ter alguém ao seu lado é com o simples propósito de se sentir bem, e feliz, ou aliviada como ao fazer xixi. E não angustiada e preocupada se você sem querer arrotou tomando coca cola na frente do namorado. Ah, cara, arrotar é bom demais!

sábado, 3 de novembro de 2007

Dando um tempo.

Ok, eu reconheço que meu último texto não ficou bom. Então hoje vou postar algo diferente, porque não estou muito inspirada para escrever algo que tenha alguma utilidade...

Fui ler o blog da Letícia, como sempre faço, crente que ela tinha postado sua matéria sobre o Gilberto. Sim, ela já me contou o que aconteceu por telefone, mas eu queria muito ler, e ainda espero pacientemente o trabalho da minha querida foca. Mas não era um texto sobre o Gilberto, e sim uma corrente: “Meme dos Códigos Literários”, que "resume-se a abrir o livro mais próximo, ou seja, que estiver ao alcance da mão, abri-lo na página 161 e copiar a 5ª frase completa, publicando a mesma no seu próprio blog, criando por assim dizer, um clone (na forma) do post do desafiante." Muito bem, a foca querida me indicou como um dos blogs pra continuar. Como sou obediente, lá vai:

"Se houvesse essa possibilidade, mesmo num futuro remoto, abrigada em meus pensamentos ou oculta em meu coração, eu não poderia agora apertar sua honrada mão."

Do livro "Um conto de duas cidades", de Charles Dickens.

Devo agora indicar 5 pessoas, mas não quero indicar nenhuma. Se quiserem copiar e continuar a corrente, fiquem à vontade.

Eu gostei do trecho. =]