Segurou minha mão e eu vi algumas lágrimas descerem pelo seu rosto. Algo tão raro, talvez fosse a anestesia, não sei. Mas chorou, e eu segurei o máximo que pude para não fazer o mesmo. Ele sussurrou algo como "Tive tanto medo", mas não sei ao certo - e também, jamais saberei. Mas naquele momento meu coração se apertou, e eu tive a necessidade de dizer que o amava, demais, imensamente.
Olho para o sofá e é tão estranho. Ligo a TV para ouvir vozes e não me sentir sozinha, mas não é a mesma coisa sem ele ali, naquele sofá, mudando de canal todo minuto. O silêncio da casa não é o mesmo quando o silêncio é dele, denunciando chateação comigo. Comento sobre o CQC para ninguém, só para manter a rotina e sentir como se nada tivesse mudado.
Mas mudou só por enquanto. Logo ele estará aqui de novo, reclamando, brigando, mal humorado, assistindo filmes comigo. Meu pai, minha vida.