segunda-feira, 21 de abril de 2008

Minha vida dead-line.

Cena do filme Atraídas pelo perigo.

Estava assim sentada, concentrada em cada letra digitada. Uma pequena pilha de livros finos sobre um assunto muito chato ali. Folhas, mas muitas folhas espalhadas, e toda hora sem querer eu pego a errada para ler. Celular no silencioso, a caneca amarela de café cheia. O livro da Clarice Lispector cuidadosamente separado num canto da escrivaninha, me convidando a ler, me obrigando quase. Não posso, respondi. Não agora. Isolei ainda mais o livro, para não se misturar à bagunça. É que o dono pediu que eu cuidasse como minha própria vida. Então tá.

Tem um disquete quebrado aqui por perto, e um DVD de um filme muito legal jogado. Esqueci de guardar na gaveta. Meu desodorante, um par de brincos, e mais folhas e folhas e folhas e páginas com assuntos entediantes. O livro de inglês me encarando me lembrou de não matar mais aula. Também há folhas jogadas em cima da cama, acho que são as que já li e eu não queria que misturasse. Vou dar uma conferida. Depois.

O MSN no ocupado, pedindo para não pertubar se não for extremamente importante em caixa alta. Deixo aberto que é se alguém dos meus grupos precisar de alguma coisa. Mas tem gente que não respeita. Isso me estressa, e o pc trava. Trava porque tenho duas páginas de internet abertas, quatro arquivos de word abertos, e duas pessoas que vieram me perguntar coisas aleatórias. Isso tudo trava, e eu xingo, uma, duas, três vezes, porque toda vez que isso acontece, atrasa minha vida em dois ou três minutos. Contado, dá quase uma hora e meia de atraso na vida no fim do dia.

Meu bloquinho está ali com tudo o que eu tenho para fazer essa semana, 90% para amanhã. Colei uns post-it's no monitor que é para lembrar também. Eu esqueço de olhar o bloquinho. Busco mais café, estou com sono. É que não durmo direito tem quatro dias. Tenho prazos e prazos. Minha mãe diz: Pára de reclamar, que você que escolheu tudo isso. Mas eu reclamo, sim. Adoro reclamar, faz parte de mim. Reclamo cem vezes, e na última eu grito MEU DEUS, PORQUE MEU DIA NÃO TEM 36 HORAS?? Mas no fundo, eu amo tudo isso.

Amo muito tudo isso. Essa frase me dá vontade de comer mc duplo sem picles com coca-cola. Mas eu me refiro à essa minha vida. Eu amo demais. Apesar de tudo.

Nasci para isso.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Recebi um selinho.

Como eu ando um pouco sem tempo para me dedicar inteiramente ao blog, vez ou outra eu postarei textos já prontos e antigos, espero que não se importem. O post de hoje vai ser só com o selo É um blog muito bom sim senhora!, que eu recebi da Renata(muito obrigada!). Fiquei muito feliz quando entrei para ler seu blog e vi o meu na listinha dos indicados. Obrigada de verdade.

Fiquei encarregada então de indicar mais 7 blogs para o selo, e esses deverão fazer o mesmo.
Peço desculpas desde já pelos que não estiverem na lista, é bem difícil escolher pois todos são muito bons.

Lá vai:


Beijos, e até breve (eu espero).

domingo, 13 de abril de 2008

I don't wanna miss a thing.

Porque ler sobre o passado é muito engraçado, e eu tenho a mania de abrir arquivos de texto que deveriam ser deletados.

Aerosmith logo cedo. Passo o lápis nos olhos. Uma xícara de café bem quente.
Procuro minhas chaves. Uma corrida até o ponto de ônibus, não posso chegar atrasada.
Duas aulas que me fazem rir, uma que me faz dormir. Recreio. Cólica. Mais duas aulas insuportáveis. Um poema sem versos.
Solidão.
Imaturidade da parte de alguns imbecis.
Português, salvou meu dia.
Ônibus que pára no ponto errado = caminhada até minha casa.
Cólica. Dor. Fármacia. Remédio. Bife acebolado.
Dormir a tarde inteira. Campainha toca.
Vim entregar esse cartão pra você. Porquê não interfonou antes? A portaria estava aberta. Ah tá.
Você fica linda até com o lápis borrado. Eu estava dormindo. Desculpa. Tá. Então lê o cartão aí. Depois, tenho que ir estudar. Tá. Tchau. Tchau.
Choro secretamente. Leio o cartão.
You're beautiful, you're beautiful, is true.
Quando você começou a namorar eu já gostava de você, e agora, dois anos depois, você está solteira de novo. Mas eu desisti, porquê meu sentimento fez você se afastar de mim, e a maneira como agi fez você sentir raiva. Me perdoa por não entender. Só me deixa ser seu amigo novamente, eu prometo não tentar mais.
Mais algumas lágrimas. Perdôo em pensamento.
Duas xícaras de café, apostila, química 1, calculadora, lapiseira, borracha. Desânimo.
Mais cólica, mais remédio.
Um banho. Lavo os cabelos. Cachinhos. Poses no espelho.
Clipes na televisão. Jornal. Pensamentos. Pensamentos. Pensamentos.
Quase meia noite. Internet.
Um leve sorriso.

Escrito em Junho/2006, quando eu joguei minha vida social no lixo, ainda tinha o cabelo grande e cacheado, e só tinha uma certeza: 2007 seria melhor.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

2.0

Um brinde ao 50º post desse blog.

Cena do filme 007 Cassino Royale.

Tenho uma mania chata de pensamento. Assim, fico pensando em tudo o que poderia acontecer quando outra coisa está acontecendo. Sabe? Pois é, tenho disso o tempo todo.

Eu tinha certeza de que ele ia naquele dia. Outros eu não sei, mas ele ia. Então eu me sentei, tomei alguns ou vários copos de cerveja. Entrei em conversas, tirei o casaco. Eu parecia bem concentrada naqueles ao meu redor. Mas a verdade é que toda hora eu olhava para o lado para ver se ele chegava.

Não lembro que horas eram, nem o que eu estava fazendo. Mas lembro do abraço. E quando me deu a mão eu quis que aquilo fosse a noite inteira. Talvez memória de bêbado, no fim das contas, seja totalmente seletiva.

E bem talvez também, quando eu fizer 21 anos, aprenda a escrever como gente grande e deixe esses textinhos óbvios de menininha boba para trás.