terça-feira, 28 de abril de 2009

Pulsa.

O coração é uma coisa engraçada de se analisar. É algo que representa sentimentos bonitos e tudo o mais, mas na realidade ele é tão feio. É estranho. Tive essa impressão na primeira vez que estudei o corpo humano, e até hoje eu sinto meio que nojo desse órgão vital.

Quando meu pai infartou, eu senti medo. Eu via todos aqueles exames e raio x, e sentia mais nojo ainda. Mas dessa vez eu tinha medo, e respeito. Outra coisa engraçada: o medo da morte, muitas vezes, nos faz sentir respeito. No caso, eu senti pelo coração.

Coração, que é tão feio e molengo, mas faz você viver. Viver! E sentir. E... amar? Sei lá. Eu sei que passei muito tempo desprezando-o, ignorando-o. Mas agora, algo estranho está acontecendo. Ele bate com tanta vontade que às vezes penso que vai sair de dentro de mim. Penso até que as pessoas percebem quando ele bate desse jeito.

Eu sinceramente espero que isso não aconteça com meu pai, acho que ele não ia aguentar.

domingo, 19 de abril de 2009

Instantâneo.

Então era assim que ia ser? Sentiu o gosto da cafeína na língua e seu cérebro instantaneamente raciocinou veloz. Todas aquelas conversas baratas não tinham mais sentido. Era assim mesmo que ia ser.

Levantou da cadeira e nem se preocupou em pegar o casaco que nela repousava. Podia conviver com o fato de deixar um pedaço para trás - tanto físico quanto emocional. Deu sinal para qualquer táxi e pediu para ir a qualquer lugar. Qualquer coisa. Podia conviver com o novo e inesperado também.

Só não queria mais o passado, que ficou gritando "Volta!" enquanto ela seguia em frente.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Dose de otimismo.

Eu tenho uma amiga que é a pessoa mais otimista do mundo. Ela me disse que as pessoas perdem muito tempo com coisas que não as fazem felizes e acabam não aproveitando a vida - que pode ser curta (o que talvez aconteça comigo, devido à data de nascimento, ao Cazuza e ao Heath Ledger). Eu fiquei com isso na minha cabeça.

Estava sentada na escada, olhando a chuva pingando no chão e ouvindo The Killers no mp4 e comecei a fazer uma lista mental das coisas que me deixavam feliz e as coisas que me deixavam triste. Me deprimi com o resultado.

Mas o que eu quero dizer é que minha amiga está completamente certa, o problema está comigo - e com as outras pessoas. Eu só preciso arrumar um jeito de fazer as coisas que me deixam feliz serem maioria na minha vida. Porém ainda não sei como.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Ele não está tão afim de você.

Cena de Ele não está tão afim de você.

Coisa de garota: assistir à esse filme e prometer para si mesma nunca agir como a personagem Gigi. Aí, depois da sessão, você não só promete não agir daquela forma, como também não fazer as coisas que já fez um dia, tais como: se apaixonar perdidamente, esperar por um cara legal, ir atrás de alguém, se declarar, essas coisas que fazem a gente se sentir uma completa idiota. Mais idiota ainda quando você descobre que a pessoa de quem gosta não está tão afim de você.

A verdade é que a gente se preocupa demais com tudo isso, e esquece de viver, esquece de deixar o coração bater e sentir isso. A Gigi se deu bem no final do filme (desculpem, contei!). E eu já namorei por 2 anos um garoto que, no começo, não era nem um pouco afim de mim.

Fica a dica.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

A poetisa com cara de bailarina.


Ei, me faça um poema, me cria uma rima
Porque é só você, menina
Que pode acabar com essa dor

É tanta doçura igual chocolate
Mil vezes melhor que chá mate
Como pode transbordar tanto amor

Então vai e compra uma passagem
Faça essa viagem
E venha logo me ver, porque uma amizade assim vale mais do que qualquer verso que eu tente (e não saiba) escrever.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Parece eu.

Segue abaixo um texto que não é de minha autoria, mas é como seu eu quisesse ter escrito isso. A pedido de Renan Marques, amigo cabeçudo.


Qual o problema com o velho, o antigo, o retrógrado?

As pessoas tendem a preferir a novidade, o lançamento, algo que tem um gosto de futuro, de novo, de "mágico". Em suma, o devir.

Essa é uma fantasia que pode ser saudável, mas também perigosa: há um quê de idealismo ao se projetar para o futuro com tamanha liberdade. Exigir que um sonho seja vivido, sem considerar as chances que ele tenha de se concretizar um dia. A famosa expressão de "se perder em uma ilusão". Quem já experimentou a sensação sabe que o resultado é certo e rápido...

Outro ponto importante: o novo pode não ser tão bom quanto o antigo. O frisson da vanguarda supera momentaneamente a chatice do passado. Incauta criatura! Não se esqueça que o passado é mais seguro do que o futuro (aquilo que escorrega entre nossas mãos!) e, como diz a Bíblia, "o futuro a Deus pertence".

Além disso, se encontram mais novidades no passado do que se espera. Quero absorver o máximo da experiência do ser humano nesse planetinha chamado Terra. Saber onde posso chegar e para onde posso me lançar. "Tudo que o homem é o homem foi", disse certa vez o Collingwood. É uma máxima simples, mas poderosa.

Não sou um passadista, não se engane! Apenas quero uma realidade "real", pessoas que não se lancem à vida com sonhos irrealizáveis, que idealizam a existência humana de uma forma que considero pessoalmente errada. Alguns não percebem que seus sonhos estão mais próximos a fadas e unicórnios do que a eles se mostra.

Assim, cabem duas possibilidades: 1) o sonhar com limites, 2) o sonhar sem alimentar esperanças, sem se ludibriar, com pouco ou nenhum envolvimento. Quem conseguir a segunda opção, por favor, me ensine. Por enquanto eu ficarei com a primeira.

Por Renan Marques.

domingo, 5 de abril de 2009

21

Estou me sentindo cansada. Sinto um peso incomum nos ombros, mesmo quando a mochila repousa no chão. Pego um livro para ler e rapidamente meus olhos ardem de sono. Tropeço com freqüência pois minhas pernas já não se equilibram como antes. Mas essa das pernas talvez nem seja pela velhice. Sabem como é.

No dia 4 de abril nasceram também Cazuza e Heath Ledger, e ambos morreram cedo. Será que minha vida será tão breve quanto a deles?

Não se preocupem, meu aniversário foi feliz. E eu estou feliz também. Minha mãe fez torta de frango pra mim.