terça-feira, 30 de setembro de 2008

Café.

Não que eu fique acordada até tarde por prazer. Não sabendo que há aula 7h da manhã. Tornou-se um vício, desde aqueles tempos nem tão longíquos assim, quando eu me sentava nessa mesma escrivaninha e devorava todas as apostilas do pré-vestibular. Esse vício me é útil às vezes, prejudicial na maioria delas, mas talvez seja melhor assim. Se eu dormir demais, vou viciar em dormir demais, e aí já viu.

Não que eu queira dizer alguma coisa aqui, hoje e agora. É só que o sono realmente me falta, e o episódio 2x17 de Felicity não quer rodar. E acho melhor me manter no escurinho mesmo, em silêncio, pois uma mãe e um pai cansados repousam aqui ao lado, e eu sinceramente não gostaria de acordá-los - apesar de essa mãe ter uma audição daquelas, e sempre acordar com o mínimo ruído dessas teclas que vos digita agora.

Eu estava aqui, pensando no amor do passado, pensando em como os anos passam num piscar de olhos. Pensando que eu deveria pendurar meu quadrinho de fotos, daqueles que você coloca as fotos com ímãs, na parede logo. Também devia colocar alguns pares de meia para lavar, e comprar um marca-textos novo. Além de começar um pequeno roteiro que tive idéia esses dias, e quem sabe um dia, no futuro, eu consiga fazer algo útil - até mesmo um filme! Que pretensão...

Sabe, ando tão cheia de idéias, que tenho medo de elas se embolarem e sumirem todas de uma vez. Queria que meu dia tivesse 48h. Acho que seria a pessoa mais feliz do mundo. Ou talvez continuasse dormindo 3h por dia e, no fim das contas, o dobro de horas não adiantasse nada. Como todo o resto.

Não que vocês tenham que entender alguma coisa.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Cheiro de vó é tudo igual.

Ou quase. Os cheiros das avós estão divididos em avó materna e avó paterna. Exatamente assim. Parece que as maternas possuem um perfume mais requintado, e as paternas têm aquele perfume mais barato, mas igualmente gostoso, que você tem vontade de abraçar e não largar mais.

Eu só tenho minha avó paterna. Quando a vejo, sempre fico pensando quantas vezes mais vou vê-la. Eu a abraço, e se pudesse ficava assim, em seu colo - se ela me agüentasse - sentindo o cheiro do seu perfume barato em seu pescoço. Mas eu sempre tenho que abraçar rápido, por que tem uma fila querendo fazer a mesma coisa. Então eu me sento, esperando o almoço sair, esperando aquela super salada e macarronada que ela faz quando eu vou lá. E depois ela sempre vem me perguntar: "E os namoradinhos Dada?". Eu odeio esse apelido, mas eu deixo minha avó me chamar. Ela pode. "Ai vó...", eu respondo. E ela dá aquela gargalhada gostosa.

Minha avó materna morreu quando eu tinha 10 anos. Ela era minha madrinha, e até hoje eu me lembro do dia que ela se foi. Me lembro de vários momentos com ela, era sempre engraçado. Lembro do batom vermelho que ela usava, das músicas que ouvia. E daquele dia em que eu dormi na casa dela e ela me deixou assistir à Xica da Silva - meu pai não deixava. Eu falei com ela no dia em que morreu. Ela ligou para cá alguns minutos antes, eu atendi. Perguntou como eu estava, como tinha sido o fim de semana. Depois passei o telefone para a minha mãe, e alguns minutos depois a ligação caiu. Minha mãe diz que minha avó estava pedindo desculpas pelos erros do passado, essas coisas. Ela sabia que ia morrer, e eu me sinto feliz por ter tido a oportunidade de escutar sua voz uma última vez.

Desde então eu criei uma paranóia de ficar me perguntando: será que essa é a última vez? Ontem aconteceu de novo. Eu estava na fila da xerox, esperando minha vez de ser atendida. Havia uma senhora do meu lado, muito parecida com minha avó materna. O jeito de se vestir, o batom vermelho, a bolsinha de moedas e... o perfume. Idêntico. Eu fiquei olhando para ela, e me deu uma saudade tão grande, e eu fiquei lembrando da última vez que falei com minha avó. Um pouco mais tarde, quando saí da aula às 22h, percebi que minha mãe ainda não tinha me ligado para saber se estava tudo bem, nem meu pai para combinar de me buscar, ou me pegar no terminal. Deu 22:30h, eu estava no terminal subindo no ônibus que vinha para a minha casa, e nenhum dos dois tinham ligado ainda. A primeira coisa que veio na minha cabeça foi: pronto, meu pai infartou de novo, ou morreu, e minha mãe não teve coragem de me contar. Comecei a chorar, pensando que eu nem tinha visto meu pai durante o dia inteiro, e que a última coisa que ele tinha dito era: shany, tem dinheiro para almoçar e lanchar? Quando o choro embaçou minha vista pela lente do óculos, o celular toca: Conseguiu pegar o ônibus de 22:30h? Se não, seu pai te pega aí. Comecei a rir.

Sei que pareço ser pessimista, mas eu não consigo evitar. Acho que é medo de perder quem eu amo. Já estou acostumada. O que o cheiro de vó não faz...

domingo, 14 de setembro de 2008

Sobre pessoas que marcam pronfundamente nossas vidas.

É fato que muitas pessoas que passam pelas nossas vidas nos marcam profundamente. Umas marcam de um jeito ruim, e quando nos lembramos delas nossos corações se apertam e doem, mesmo que você nem acredite em sentimento algum. Você chora de raiva, confundindo com tristeza.

Eu não consigo terminar.